Para Lembrar

«Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.»

Myself

Myself

terça-feira, 3 de agosto de 2010

E este é mais um desabafo doloroso, mais palavras que saem cheias de dor

«Até ao dia que percebeu que Matilde lhe comia as forças, exigia dela uma disponibilidade total para as suas crises permanentes, mas não queria ser ajudada. Bem pelo contrário, queria apenas alguém que a ouvisse horas a fio e que estivesse sempre disponivel paa ser o ombro de que ela necessitava.»
in Não digas a ninguém

Estas palavras não podiam ser melhor reflexo da minha relação com a minha irmã. Estou desgastada de viver nesta tortura, vivo na dualidade de ajudar sem ela querer realmente ajuda e em não ajudar. Este é um dos temas mais falados com a C. (a minha psicologa). Quando me marcaram a consulta com a C., o principal objectivo era ter uma sessão de coaching. Claro que após uns momentos de conversa ela percebeu que a minha ansiedade e obsessão eram reflexo de algo muito mais intrinseco. Vivo nesta relação com a minha irmã à demasiado tempo e finalmente percebi que tenho de alterar o meu comportamento. Mas é muito dificil. Este sábado chorei como há muitos anos não chorava. Ela magoou-me de uma forma tão intensa que me dói o corpo e a alma.

O ano passado afastei-me de casa, na tentativa de fugir destes momentos. Mas claro que fugir não resolve nada, apenas adia. Este ano, ao voltar, passei a minha ansiedade para a comida. Comia para compensar. Engordei, claro. Em Maio decidi procurar ajuda. Na clinica fazem reeducação alimentar, planos de treino físico e acompanhamento psicologico. Nos primeiros dois meses não fui indicada para a psicologa, mas quem percebe do assunto, percebeu que a minha fome era emocional e indicou-me para uma sessão de coaching com a C. E assim toda a minha realidade silenciosa se fez ouvir. Tudo o que eu sentia fez sentido. Tudo o que eu desconfiava foi corrobado por alguém. Senti-me aliviada. Aprendi algumas técnicas, ouvi orientações e neste momento esforço-me por as pôr em prática. Tem sido duro. Afastar-me da manipulação que a minha irmã faz sobre mim é como tirar a um toxicodependente a droga que o faz acordar. Ela agora acusa-me de não a apoiar, de não ser uma irmã...
Sinto-me cansada, tão cansada... Cada vez mais triste. 

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